Segundo um relatório de cibersegurança publicado em agosto de 2025, o Brasil é o segundo país mais afetado por ataques de malware em todo o mundo, superado apenas pela Índia. As descobertas do relatório indicam que 11% dos usuários brasileiros tiveram contato com malware pelo menos uma vez ao longo do ano de 2025. O número é muito alto, ficando apenas menos de dois pontos percentuais atrás da Índia (12,4%), país líder em ataques de malware.
O setor das tecnologias de informação foi o mais afetado (28%), registando-se ainda um preocupante número de golpes em aplicativos comumente usados em contextos profissionais, como o Slack ou Teams. Malware não é apenas difundido através da web, podendo afetar dispositivos IoT ou mesmo TV boxes piratas. Além disso, os visados não são apenas negócios, sendo que cidadãos também são vítimas comuns de ataques de malware. Face à crescente ameaça, como você pode proteger-se?
O primeiro passo é compreender o que é malware e como ele funciona. Em seguida, é importante ficar a par de alguns métodos de cibersegurança eficazes no combate ao malware. Leia tudo em nosso artigo.
Conteúdo
O que é malware?
Quando falamos de malware, estamos nos referindo a todo o tipo de software criado para fins maliciosos. O termo é precisamente uma combinação das palavras “malicious” (malicioso) e “software”. O conceito é simples, mas perceber exatamente como o malware funciona é uma questão mais complexa. Afinal, os ataques de malware assumem muitas formas.
Um dos formatos menos perigosos (mas mais irritantes) de malware é o adware, software desenhado para adicionar anúncios indesejados à tela da vítima. Muito comum na década de 2000, este tipo de malware tinha como objetivo a obtenção de dinheiro publicitário, obtido sempre que a vítima carregava em um dos anúncios.
Bem mais graves são os ataques de ransomware, combinação dos termos “ransom” (resgate) e “software”. Neste caso, o criminoso invade o dispositivo da vítima, localiza informação importante e bloqueia o acesso do dono do dispositivo com criptografia. Para recuperar o acesso, a vítima deve pagar um resgate (geralmente, para um endereço cripto não localizável).
Muitos cidadãos também estão vulneráveis a software malicioso conhecido como Infostealer. Seu objetivo é furtar informações pessoais dos usuários, localizando-as diretamente a partir do dispositivo. Após um ataque Infostealer bem-sucedido, o criminoso pode, por exemplo, roubar a sua identidade, fazer login em suas redes sociais ou acessar as suas contas bancárias!
Malware: como se proteger?
Começamos com aquelas dicas um pouco óbvias, mas que não podem ser esquecidas: instalar um antivírus, manter o seu dispositivo atualizado, não clicar em links suspeitos e evitar redes públicas de Wi-Fi.
Em nosso guia, vamos também partilhar alguns truques mais avançados que podem torná-lo invulnerável às intenções dos criminosos:
Crie pastas com dados falsos
Pense nestas pastas como uma espécie de “isco”. Elas têm o papel de atrair o malware (como Infostealers), permitindo a sua localização rápida e evitando que ele acesse a sua verdadeira informação pessoal.
Para o fazer, você só precisa de:
- Criar pastas com arquivos sem importância, mas com nomes que apelam de forma óbvia à presença de informações pessoais sensíveis. Você pode usar, por exemplo, “senha_banco.txt” ou “informacao_pessoal_completa.pdf”.
- Definir restrições de acesso às pastas com dados falsos. Isso permitirá que, caso o malware tente acessar o “isco”, você seja capaz de localizar o ataque antecipadamente e prevenir a exposição da sua verdadeira informação pessoal.
Use VPNs
Os VPNs não servem apenas para visualizar aquela nova série que só existe no Netflix USA. A sua capacidade para mudar o seu endereço de IP a qualquer momento é uma ferramenta eficaz face a ataques de rastreamento. Desenhado para acessar os seus dados de geolocalização, este tipo de malware tem dificuldades em lidar com IPs rotativos.
Elimine documentos sensíveis do seu dispositivo
Não, aqui a ideia não é apagar os seus documentos sensíveis… Eles são importantes, e você poderá precisar deles no futuro. A dica consiste em eliminar as versões locais destes documentos, transferindo-os para fora do seu dispositivo.
Serviços de armazenamento seguro em nuvem, por exemplo, são um dos recursos que você pode utilizar para transferir documentos sensíveis para fora do seu dispositivo.
Dê prioridade à sua cibersegurança!
Apesar de todos os avisos, os brasileiros continuam a expor-se a malware continuamente por não considerarem a sua cibersegurança. O espaço virtual tem tantas ameaças como o mundo físico, e a sua proteção digital é igualmente essencial. Os ataques de malware existem em diferentes níveis de gravidade, mas podem ter consequências verdadeiramente impactantes.
Além disso, resolver um crime digital continua sendo muito mais difícil do que resolver um crime físico. Os criminosos recorrem a tecnologias indetectáveis e podem encontrar-se em qualquer ponto do mundo, longe da jurisdição das autoridades brasileiras.
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